Hipótese é uma formulação provisória com intenção
de ser demonstrada, uma suposição admissível ou não.
de ser demonstrada, uma suposição admissível ou não.
Há bastante tempo procuro compreender o significado das hipóteses colocadas constantemente em textos relacionados à alfabetização — hipótese silábica, hipótese alfabética, hipótese conceitual, hipótese que gera inúmeros conflitos cognitivos! Em mais uma tentativa, fiz o teste de conhecimento direcionado a alfabetizadores, Interpretação de hipóteses da escrita, no site da revista Nova Escola (teste removido).
Admiro quem consegue decifrar o significado dessas sequências escritas. Para mim, o enunciado já é
um enigma. Enigma me faz lembrar Conan Doyle e da capacidade de dedução de Sherlock Holmes: simplificar o que parece um problema
insolúvel. Entretanto, o que vejo nesses exercícios é o oposto: complica-se o
que é simples. Confira as teorias de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky inspiradas em Piaget: A gênese da língua escrita.
Analisando o resultado do aprendizado de algumas crianças
que iniciaram comigo o processo de alfabetização, constato que não houve necessidade
alguma de exercitar minha capacidade de dedução.
Edson, 5 anos
Quando escrevem
TATU quer dizer tatu,
SOPA quer dizer sopa,
ABACAXI significa
simplesmente abacaxi!
Edson, 5 anos
Gabriel,
5 anos
E quase sempre posso identificar o autor pelos traços das letras, mesmo que não escreva seu nome. É o que acontece quando se permite ser diferente.
Kauã,
5 anos,
inconfundível!
O desenho totalmente livre desenvolve a coordenação motora para a escrita manual. E tudo é feito com prazer e capricho, pois a escolha é de cada um. Sugerir cópias de letras e desenhos iguais
é desprezar a imensa criatividade e capacidade de aprendizado de uma criança.
Maria Eduarda, 5 anos
Luis Gustavo, 6 anos
Todos os registros acima foram feitos entre 18 de fevereiro e 2 de junho de 2010, durante um breve convívio com um grupo de 23 crianças — ao todo, 22 horas em 32 dias. Ao final, a maioria podia escrever palavras simples e iniciaram o processo de leitura. Alguns foram além, como Luis Gustavo, que leu qualquer palavra sugerida e até pequenos livros: “estou treinando para ler em alta velocidade”, foi o que disse na última vez que nos encontramos.
Tenho que considerar a hipótese do aprendizado impecável dessas crianças ter sido uma mera coincidência e a facilidade para entender o processo da escrita uma simples obra do acaso. Mas qual o motivo de tantas não conseguirem ler? Há várias hipóteses. A que mais me intriga assemelha-se a um jogo de cabra cega, mas todos de olhos vendados — quem procura não encontra e quem deve orientar também não vê.
Olá!
ResponderExcluirAdorei este post.....
As palavras escritas pelas crianças ilustram bem o conteúdo exposto.
Como uma mãe coruja não poderia deixar de constar: faltaram as palavrinhas escritas pela Sofia. Risoss.....
Um grande abraço.
Saudades.
Telma (MÃE DE Sofia, cinco anos, com leitura fluente há vários meses).
Educação em Valores Humanos, Fundação Peirópolis - MG - a redenção da "educação".
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